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preprint

Trauma craniano violento pediátrico, suas principais causas e consequências.

28/10/2023| By
Francielly Macflay Francielly Macflay Silva Castro,
+ 3
Maria Maria Luísa do Couto Ribeiro Lopes
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Abstract

O traumatismo craniano violento pediátrico é resultado de comportamentos agressivos contra a criança que são capazes de gerar lesões encefálicas significativas, caracterizadas como não acidentais, normalmente são decorrentes de sacudidas bruscas e/ou movimentos que resultam em impacto direto da criança com uma superfície sólida 1,3,4,7. As principais causas de traumatismo craniano violento encefálico costumam estar relacionadas com inabilidade familiar em lidar com situações estressantes como choro incessante, disfunção familiar, baixas condições socioeconômicas, baixa escolaridade, pais jovens/adolescentes e falta de acompanhamento pré-natal 7. Ademais, tal condição é comumente encontrada em casos de abuso infantil, tendo recorrentemente o quadro clínico incompatível com história relatada pelos responsáveis 4. A falta de paciência associada ao cansaço e dificuldade em acalmar a criança funcionam como gatilho para o início de uma série de atitudes que comprometerão o encéfalo da criança 1,2. Contudo, os diversos fatores predisponentes possuem menor incidência em pacientes com trauma craniano abusivo do que quando comparado aos ferimentos advindos de outras situações de violência, sendo isso explicado pela motivação principal da condição ser uma tentativa de interromper o choro da criança 10. Outrossim, a identificação desses casos costumam ser de difícil diagnóstico e levarem tempo para serem confirmados, propiciando uma maior quantidade de cenários e condições que levem a novas situações de abuso e consequentemente novas lesões 8. Contudo, as apresentações desses casos costumam compor uma tríade diagnóstica na qual estarão presentes: hematoma subdural, hemorragia na retina e encefalopatia 10. Além disso, podem estar presentes alguns sinais que auxiliam na identificação, como fraturas de metáfise, fraturas de costela, laceração do couro cabeludo e problemas respiratórios 10. Desse modo, o traumatismo craniano violento pediátrico costuma ter sintomas imprecisos e ser de difícil prognóstico a depender da gravidade das lesões 8. As consequências relacionadas ao traumatismo são diversas, variando de atrofia cerebral, alterações de consciência, atraso no desenvolvimento, convulsões, podendo até mesmo levar a criança ao óbito. As dificuldades que serão enfrentadas cotidianamente pelas vítimas se relacionam diretamente a quantidade e especificidade da área lesada, evidenciando a importância da prevenção dos abusos contra as crianças e maior investigação em caso de suspeitas de violência infantil para prevenir piores consequências aos pacientes 9

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Centro Universitário Euro-Americano, Unieuro, Medicina, Iniciação Científica IV.

Autores: Anna Gabriela da Rocha Pereira, Francielly Macflay Silva Castro, Izabella Cristina de Sousa da Silva, Kamilly Lima do Vale e Maria Luísa do Couto Ribeiro Lopes.

Brasília, Outubro, 2023.

Trauma c​raniano violento pediátrico​, suas principais causas e consequências.

Projeto de pesquisa apresentado na unidade curricular Iniciação Científica IV , Curso de Medicina, Centro Universitário UNIEURO.

Brasília, Outubro, 2023

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. OBJETIVOS

3. REFERENCIAL TEÓRICO

4. MÉTODOS

5. ASPECTOS ÉTICOS (RISCOS E BENEFÍCIOS)

6. RECURSOS/ORÇAMENTOS

7. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

8. REFERÊNCIAS

9. APÊNDICE

1. INTRODUÇÃO

Problema de pesquisa:

Quais são as principais causas e consequências​ do traumatismo craniano violento em pacientes pediátricos?

Justificativa:

Compreende que trata-se de uma problemática de saúde pública tendo incidência significativa,principalmente em crianças menores de 3 anos1.

Os fatores de risco mais significativos para o traumatismo craniano violento pediátrico destacam um cenário familiar conturbado e desestruturado. Assim, o caráter social desse evento dificulta a identificação dos casos pelos profissionais de saúde.

Nesse sentido, o trauma violento faz-se importante na sociedade por seu caráter emergencial e impacto social. Além disso, é responsável por inúmeros casos de mortalidade infantil no Brasil.

Introdução:

O traumatismo craniano violento pediátrico é resultado de comportamentos agressivos contra a criança que são capazes de gerar lesões encefálicas significativas, caracterizadas como não acidentais, normalmente são decorrentes de sacudidas bruscas e/ou movimentos que resultam em impacto direto da criança com uma superfície sólida 1,3,4,7. As principais causas de traumatismo craniano violento encefálico costumam estar relacionadas com inabilidade familiar em lidar com situações estressantes como choro incessante, disfunção familiar, baixas condições socioeconômicas, baixa escolaridade, pais jovens/adolescentes e falta de acompanhamento pré-natal 7.

Ademais, tal condição é comumente encontrada em casos de abuso infantil, tendo recorrentemente o quadro clínico incompatível com história relatada pelos responsáveis 4. A falta de paciência associada ao cansaço e dificuldade em acalmar a criança funcionam como gatilho para o início de uma série de atitudes que comprometerão o encéfalo da criança 1,2. Contudo, os diversos fatores predisponentes possuem menor incidência em pacientes com trauma craniano abusivo do que quando comparado aos ferimentos advindos de outras situações de violência, sendo isso explicado pela motivação principal da condição ser uma tentativa de interromper o choro da criança 10.

Outrossim, a identificação desses casos costumam ser de difícil diagnóstico e levarem tempo para serem confirmados, propiciando uma maior quantidade de cenários e condições que levem a novas situações de abuso e consequentemente novas lesões 8. Contudo, as apresentações desses casos costumam compor uma tríade diagnóstica na qual estarão presentes: hematoma subdural, hemorragia na retina e encefalopatia 10. Além disso, podem estar presentes alguns sinais que auxiliam na identificação, como fraturas de metáfise, fraturas de costela, laceração do couro cabeludo e problemas respiratórios 10.

Desse modo, o traumatismo craniano violento pediátrico costuma ter sintomas imprecisos e ser de difícil prognóstico a depender da gravidade das lesões 8. As consequências relacionadas ao traumatismo são diversas, variando de atrofia cerebral, alterações de consciência, atraso no desenvolvimento, convulsões, podendo até mesmo levar a criança ao óbito. As dificuldades que serão enfrentadas cotidianamente pelas vítimas se relacionam diretamente a quantidade e especificidade da área lesada, evidenciando a importância da prevenção dos abusos contra as crianças e maior investigação em caso de suspeitas de violência infantil para prevenir piores consequências aos pacientes 9.

2. OBJETIVO(S)

O presente trabalho visa analisar as principais causas do trauma cranioencefálico violento pediátrico, que incluem as sacudidas bruscas ou movimentos que resultam em forte impacto do crânio da criança contra superfícies rígidas, bem como suas consequências, que podem resultar em lesões cerebrais traumáticas, danos cognitivos, comportamentais e emocionais.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

O traumatismo craniano violento pediátrico é causado por um movimento brusco e violento de sacudir a cabeça do bebê para frente e para trás. Isso pode resultar em lesões cerebrais graves, hemorragias internas e lesões na retina, que podem levar a uma série de consequências graves10.

Algumas das principais causas do trauma craniano pediátrico incluem o choro excessivo do bebê, o estresse do cuidador e a falta de habilidades parentais. Pais ou cuidadores que não sabem como lidar com o choro excessivo do bebê podem ficar frustrados e agir impulsivamente, sacudindo a criança de forma violenta10. Além disso, os bebês com menos de um ano de idade têm um pescoço frágil e uma cabeça desproporcional em relação ao corpo, o que aumenta o risco de lesão cerebrall1.

As consequências podem ser graves e duradouras. Os bebês que sobrevivem a um episódio de traumatismo craniano podem ter lesões cerebrais permanentes, como danos ao córtex cerebral, que afetam a capacidade de aprendizado, fala e movimento. A cegueira e a surdez são outras possíveis consequências, resultantes de danos à retina e ao ouvido interno, respectivamente. Além disso, pode causar convulsões, retardo mental, paralisia cerebral e morte11.

A prevenção é a melhor forma de evitar o traumatismo cranioencefálico pediátrico. Educar os pais e cuidadores sobre os riscos de agitar, fisicamente, um bebê e a importância de lidar de maneira eficaz e segura é fundamental. A identificação e o tratamento precoce do choro excessivo e do estresse parental também são importantes na prevenção10.

4. MÉTODOS

Nesta revisão de literatura, desenhada com objetivo de responder a seguinte pergunta de pesquisa: Quais as principais causas do trauma cranioencefálico violento pediátrico? A busca foi realizada em artigos de revisão sistemática publicados nos últimos 5 anos, em idiomas inglês, português e espanhol realizada nas plataformas PubMed e Scielo. Os descritores utilizados, pesquisados de acordo com o DeCS e MeSH, foram “shaken baby syndrome”, “síndrome do bebê sacudido”, “traumatismo craniano violento pediátrico”, “traumatismo craniano pediátrico abusivo” , “trauma craniano violento” “Pediatric abusive head trauma” e “Síndrome del bebé sacudido”. Os termos foram combinados pelos operadores booleanos ‘AND’ e ‘OR’, que resultaram na seleção de 11 artigos completos.

5.ASPECTOS ÉTICOS (RISCOS E BENEFÍCIOS)

5.1 BENEFÍCIOS

Esta revisão bibliográfica sobre o traumatismo craniano violento pediátrico proporciona vários benefícios éticos. Em primeiro lugar, ao ampliar a compreensão das causas e consequências desse fenômeno, o trabalho contribui para a conscientização, promovendo a educação e a prevenção de casos futuros. Ao disseminar conhecimento, os benefícios incluem uma potencial redução do número de incidentes, melhorando a saúde e o bem-estar de crianças. Além disso, a análise crítica das fontes existentes incentiva a reflexão sobre práticas atuais, visando aprimorar intervenções e políticas de saúde. Ao respeitar a privacidade dos indivíduos através da revisão de dados já publicados, o trabalho destaca a importância de uma pesquisa ética, promovendo um ambiente de aprendizado que prioriza o respeito aos direitos e dignidade dos envolvidos.

5.2 RISCOS

A realização deste trabalho, uma revisão bibliográfica sobre o traumatismo craniano violento pediátrico, proporcionou um ambiente de pesquisa isento de riscos éticos diretos. A ausência de coleta de dados sensíveis de pacientes elimina preocupações relacionadas à privacidade e confidencialidade. Além disso, ao se basear em fontes já publicadas, a sensibilidade do tema foi abordada de maneira distante de situações específicas, minimizando potenciais impactos negativos, estigmatização ou discriminação de famílias. A revisão bibliográfica também evitou detalhes específicos de casos individuais, eliminando qualquer risco associado à identificação de responsáveis pelas crianças afetadas. Desta forma, a abordagem adotada neste trabalho se alinha de maneira eficaz com os princípios éticos fundamentais, garantindo a integridade e responsabilidade na condução da pesquisa científica.

6. RECURSOS/ORÇAMENTOS

ITENS UTILIZADOS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO
Notebook 1 2.500,00
Impressão 24 0,50
Plano de internet 1 129,90
Gasolina 1 450,00
TOTAL 3.091,90 Recursos próprios dos autores.

7. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades 2023 2024
1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 1º trim. 2º trim.
Revisão bibliográfica X X X X X X
Elaboração do projeto X
Seleção dos artigos X X
Análise dos dados X X
Elaboração dos resultados X
Elaboração da discussão X
Entrega de artigo X

8. REFERÊNCIAS:

1.Soares AP, d'Affonseca SM, Brino R de F. Trauma Craniano Violento (TCV): Relação entre Conhecimento de Pais, Potencial de Abuso Infantil e Status Socioeconômico Familiar . Psic: Teor e Pesq [Internet]. 2021;37:e37315. Available from: https://doi.org/10.1590/0102.3772e37315

2. Bailhache M. Síndrome del bebé sacudido. EMC - Pediatr [Internet]. 2023;58(1):1–5. Available from:https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1245178923474434

3.Oliveira IF, Fortes CPDD, Mól VS, Rezende R, Costa LR, Machado T. Síndrome do Bebê Sacudido - Um Relato de Caso. - Revista de Pediatria SOPERJ. 2019;19(2):46-49

4. Altimier L. Shaken Baby Syndrome. The Journal of Perinatal & Neonatal Nursing. 2008 Jan;22(1):68–76.

5. Oruç M, Dündar AS, Okumuş H, Görmez M, Şamdancı ET, Celbiş O. Shaken baby syndrome resulting in death: a case series. The Turkish Journal of Pediatrics. 2021;63(1):31.

6. Smith EB, Lee JK, Vavilala MS, Lee SA. Pediatric Traumatic Brain Injury and Associated Topics: An Overview of Abusive Head Trauma, Nonaccidental Trauma, and Sports Concussions. Anesthesiology clinics [Internet]. 2019 [cited 2019 Nov 29];37(1):119–34. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30711225

7. Maiese A, Iannaccone F, Scatena A, Del Fante Z, Oliva A, Frati P, et al. Pediatric Abusive Head Trauma: A Systematic Review. Diagnostics. 2021 Apr 20;11(4):734.

8.Joyce T, Huecker MR. Pediatric Abusive Head Trauma (Shaken Baby Syndrome) [Internet]. Nih.gov. StatPearls Publishing; 2019. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK499836/

9. JPMA - Journal Of Pakistan Medical Association [Internet]. jpma.org.pk. [cited 2023 May 4]. Available from: https://jpma.org.pk/article-details/8754?article_id=8754

10.Scott LJ, Wilson R, Davies P, Lyttle MD, Mytton J, Dawson S, et al. Educational interventions to prevent paediatric abusive head trauma in babies younger than one year old: A systematic review and meta-analyses. Child Abuse & Neglect [Internet]. 2022 Dec 1 [cited 2023 May 1];134:105935. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0145213422004690#bb0020

11. Machado CCP, Júnior VBS, Júnior ÁA de S, Rodrigues AR, Daflon JP de O, Oliveira RS de, et al. Shaken Baby Syndrome in Brazil: a 6 years data analysis. JBNC - JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA [Internet]. 2023 [cited 2023 May 4];34(1):64–8. Available from: https://az-admin.com.br/jbnc/artigos/2023_v34_n01_shaken-baby-syndrome-in-brazil-a-6-years-data-analysis_enUS.pdf

9. APÊNDICE

Apêndice A: Classificação de gravidade.

O TCE é classificado em leve, moderado e grave. O instrumento universalmente utilizado para classificação da gravidade é a Escala de Coma de Glasgow (Quadro 1).

Quadro 1.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria - Guia Prático de atualização. 2017.

Apêndice B: Estatística de Trauma Cranioencefálico Pediátrico

Gráfico 1 - Hospitalizações por acidentes na faixa etária de zero a nove anos, número absoluto e porcentagem, 2012.

Fonte: DataSUS/Ministério da Saúde

Apêndice C: Atendimento inicial na sala de urgência.

Fluxograma:

Apêndice D: Documentos de Referência.

Portal de Periódicos UNIFESPhttps://periodicos.unifesp.br › ...PDFA Epidemiologia do Traumatismo Crânio- Encefálico: Um Levantamento ...

https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/42434/34318/449867

https://protocolos.hcrp.usp.br/exportar-pdf.php?idVersao=1076

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Submitted by28 Oct 2023
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